linguado ao crocante de amêndoas

Prometo que é a última receita em sequência de peixes! Mas não tinha como eu não compartilhar logo essa receita que fiz semana passada. Ela é bem leve, quis fazê-la no forno e sem fritura pra deixá-la mais saudável. O acompanhamento é uma delícia e com um toque bem diferente.

Recentemente escrevi um post sobre os meus amigos e, muitos deles, de certa forma tem partido. A gente fala com tanta naturalidade da saudade – ainda mais quando temos, privilegiados, uma palavra exclusiva só para descrever o sentimento de falta – que talvez fique banalizado, escondendo a saudade verdadeira. Um aperto muito raro, quase desesperado, quando a falta é bem maior do que aquela saudadezinha transitória.

Não gosto de falar muito disso porque quase vira uma novela mexicana. A gente não pode reclamar de uma falta senão aquela diante da qual somos completamente impotentes – a morte com certeza inclui-se aí, mas também distâncias intransponíveis, intervalos enormes no tempo (e de espera). Mas a saudade acaba acontecendo, talvez sem morte, mas com o quê de impotência, de não ter o que fazer, como resolver a urgência de estar perto. É um vazio sem toque, sem cheiro, sem voz. Porque tudo lembra, tudo entristece, tudo é desculpa para se diminuir diante da saudade.

:: 4 filés de peixe (de preferência filés de linguado) de cerca de 200g cada

:: 600g de batatas-bolinha

:: 200g de amêndoas

:: 50g de farinha de rosca

:: 40g de farinha de trigo

:: 1 cebola

:: 1 buquê de rabanetes

:: 120ml de caldo de vegetais

:: 2 colheres (sopa) de vinagre de vinho branco

:: 1 colher (sopa) de mostarda (de preferência aquela em grãos conservados em vinho)

:: 1 ovo

:: 4 colheres (sopa) de leite

:: ramos de tomilho

:: azeite de oliva extravirgem

:: sal

:: pimenta do reino

:: pimenta caiena

Dê uma leve triturada (é bom ficar pedacinhos de amêndoa) nas amêndoas, com a farinha de rosca e uns raminhos de tomilho.

Peneire a farinha de trigo num prato plano e tempere-a com sal e pimenta caiena. Bata o ovo com o leite.

Lave as batatas e cozinhe-as em bastante água com sal por cerca de 20 minutos. Descasque e corte a cebola em fatias finas, esquente o caldo de vegetais, mergulhe a cebola e deixe cozinhar em fogo médio por 5 minutos. Retire a panela do fogo e adicione o vinagre e a mostarda. Tempere com sal e pimenta do reino e acrescente 2 colheres de sopa de azeite, misturando bem.

Escorra as batatas e as descasque. Lave os rabanetes, corte-os em fatias finas e coloque no caldo, junto de mais uns 2 raminhos de tomilho. Deixe cozinhar por 5 minutos. Junte as batatas, misture e reserve.

Seque os filés de peixe com papel absorvente e passe-os na farinha de trigo, no ovo e por último na mistura de farinha de rosca com amêndoas, pressionando com cuidado para aderir bem. Coloque em uma assadeira forrada com papel manteiga e leve ao forno a 200ºC por 15 minutos. Apague o fogo e deixe repousar. Enquanto isso esquente a mistura de batatas. Sirva o peixe com a mistura de rabanetes e batatas como acompanhamento.

Rendimento :: 4 porções

Tempo de preparo :: 1h05 (25 minutos + 40 de cozimento)

Dificuldade :: média

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  • fadapolly diz:

    Achei perfeita, vou tentar fazer, mas fiquei com uma dúvida, da minha dificuldade ancestral com casquinhas crocantes: é preciso virar de lado os filés enquanto assam? E se virar não solta a crosta no fundo?

    • gpoulain diz:

      ótima pergunta, as vezes a gente esquece de fazer uns alertas mesmo! ele gruda um pouquinho sim, por isso acho fundamental colocar o papel manteiga por baixo. não chega a agarrar com isso, com uma espátula soltei bem fácil. não quis virar o peixe pois ele é bem delicado, pode quebrar fácil. a casquinha da parte de cima ficou mais crocante que a de baixo, mas não acho que seja necessário virar não.

  • Amanda L Maia diz:

    Quando vi a receita fiquei morrendo de vontade de fazer… E FIZZZZZ… Mas aconteceu alguns probleminhas…
    1º Grudou e não foi pouco… a casquinha da parte de baixo ficou toda no papel manteiga…
    2º A farinha de rosca ficou “aparentemente crua”…
    3º O tempero não pegou muito bem… Não coloquei sal nas “farinhas” e isso fez falta…
    Porque será que aconteceu tudo isso???

    • gpoulain diz:

      então, vamos lá, por partes:
      #1 você deixou o peixe bem sequinho? Mesmo depois das farinhas e ovo é importante que ele esteja bem “seco” mesmo pra não grudar, ap onto de estar soltando bastante a farinha… não sei se deu pra entender. mesmo assim ele costuma grudar um pouco mesmo, mas não tive o problema da casquinha de baixo ficar inteira grudada não, que coisa!
      #2 talvez no seu forno ele precisaria ficar mais um pouco… mesmo assim não entendi muito a farinha de rosca estar crua, ela não precisa cozinhar pra ser comida, não dá gosto de farinha como a de trigo. não seria a camada de ovo que ficou demais? eu sempre passo, espero escorrer um pouquinho na minha mão mesmo antes de passar na outra farinha.
      #3 você só temperou o peixe ou nem isso? o bacana da farinha de trigo bem temperada é que ela impregna no peixe com o tempero. a farinha de rosca é que faz a casquinha.
      Que pena que teve esses probleminhas! Só posto receita que eu fiz e deu certinho ao menos comigo né? Mas desejo melhor sorte numa próxima vez e espero que as soluções que te respondi tenham ajudado em alguma coisa.

  • Amanda L Maia diz:

    Pensando por esse lado vc tem razão… Não sequei muito bem o peixe… E tambem coloquei pouca amendoa na farinha… A farinha “meia crua” foi o seguinte… ela ficou tipo solta no peixe entende… não aderiu muito…
    Vou fazer de novo… Depois te falo como foi…

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