carta amarela #129 – sem dedos apontados, por favor

carta amarela #129 – sem dedos apontados, por favor

Belo Horizonte, 24 de fevereiro de 2016

Queridos amigos,

Tenho escrito menos. Saber que tudo o que acontece no mundo vira intermináveis textões compartilhados a cada rede social que entro me faz ter menos e menos vontade de dizer um pouco do que se passa aqui dentro. A gente revela uma descoberta pessoal numa empolgação natural que vem com ela e algumas pessoas vão querer ditar dissertações sobre o seu sentimento exposto. Uma necessidade constante de tudo virar crítica. O tempo todo. Nada mais é passível de distração. A …

leia mais →

carta amarela #128 – bloco dos não sozinhos

carta amarela #128 – bloco dos não sozinhos

Belo Horizonte, 10 de fevereiro de 2016

O moço do balcão estava visivelmente nervoso. Andava de um lado para o outro, passando pelas portas da cozinha, dessas que vão e voltam como aquelas que a gente via sempre batendo em alguém nos desenhos animados. Suava frio, pedia desculpas e parecia preocupado comigo. Me entregou um endereço, escrito em letra trêmula, que ele repetiu continuadamente até que eu sumisse pelo portão: é o seu direito!

Uma senhora ouviu aquela conversa. Logo veio palpitar, se desculpando por tal feito, e …

leia mais →

carta amarela #127 – se apaixonar

carta amarela #127 – se apaixonar

Itabirito, 1º de fevereiro de 2016

Queridos amigos,

Certa vez uma amiga me disse que eu me apaixonava muito fácil. Eu disse que sim. Me apaixono com uma frequência enorme. Me apaixono por uma foto, por uma cartinha, por um sorriso, por uma paisagem, por um livro, por amigos, por estranhos interessantes na rua, por confetes deixados no caminho, por um comentário carinhoso que me deixam. E eu só me tornei assim quando abri espaço em meu coração.

Pra isso é preciso uma boa dose de coragem. Coragem para tirar …

leia mais →

carta amarela #126 – conte comigo

carta amarela #126 – conte comigo

Belo Horizonte, 20 de janeiro de 2016

Queridos amigos,

Era o último dia dela em Paris. Na noite anterior seus amigos tiveram uma briga enorme e ela preferiu não bater na porta do quarto deles. Não queria passar seu último dia sozinha. Resolveu então chamar um amigo de amigos que tinha conhecido três dias antes para passear com ela. Ele não conhecia o Jardim de Luxembourg e ela disse que ele precisava conhecer. Passaram em um supermercado, compraram algumas coisas para comer e beber e rumaram ao …

leia mais →