carta amarela #42 – kate loves me

Paris, 25 de novembro de 2012

Queridos amigos,

Muita gente me pergunta quantos e quais famosos eu já vi por aqui. Foram vários. Vi Scarlett Johansson fazendo compras de supermercado, Louis Garrel num restaurante e até Chico Buarque no metrô, entre alguns outros. As pessoas as vezes falam: por que não tirou foto? Mas eu não ligo. Acho divertido é trombar com eles por aí, mas não sou muito de pedir autógrafos e coisas do tipo.

Mesmo assim tem certas pessoas que eu admiro mais. Fiquei encantado quando conheci Christine Ferber, por exemplo (e só não tirei foto com ela porque ela não deixou ninguém fotografá-la!). Um amigo me disse que Kate Moss ia assinar seu livro aqui, e, tendo o horário das assinaturas disponível, fui pra lá. A fila era enorme. Claro, é Paris, capital da moda, e é Kate Moss, que dispensa apresentações.

Antes de entrar na fila tinha que comprar o livro. Olhei todas as oito capas e, confesso, me senti até meio bobo por saber de cabeça qual marco cada uma daquelas capas representou na carreira dela. Escolhi uma com fotografia do Mario Sorrenti (que pra mim fez as melhores fotos do livro). A foto em si é de 1993, e é do perfume Obsession, da Calvin Klein. Foi a partir dessa campanha que ela ficou realmente famosa.

Entrei na fila. Fiquei conversando com o Rodrigo, o meu amigo. Fazia frio e até pensamos em desistir. Apareceram brasileiros passando por ali e tiraram fotos da fila. Riram e diziam que enquanto no Brasil fazem fila pra Lady Gaga aqui fazem fila pra Kate Moss. E bem, duas horas depois eu estava em frente a ela.

Ela é minúscula. Me assustei, ela parecia ser muito alta, grande e imponente em todas as fotos. Mas não, é até mais baixa que eu (1 centímetro – haha). Toda de preto, no inconfundível estilo roqueiro. Cabelos soltos, loiros, cacheados. Maquiagem discreta. Sorriso no rosto. Vi ela soltando gargalhadas vez ou outra.

A menina na minha frente conversava com ela. Parei e pensei: eu preciso conversar com ela, mas o que? E cheguei dizendo que era um fã do Brasil. “I loooove Brazil”, ela respondeu. Disse que tenho na minha coleção de revistas inclusive a edição comemorativa da Vogue Brasil, toda com ela. “Você gostou? Gosta do Testino (Mario Testino, fotógrafo)?” E eu disse que adorei a revista, mas que ele não era dos meus fotógrafos preferidos. Ela riu. Escrevia meu nome no livro, letra por letra, e olhava pra mim entre elas. E, já ao sair, perguntei qual o segredo do sucesso. Ela sorriu de novo e disse: “Você tem que estar à frente do jogo pra permanecer nele!”

Me despedi, ela já pegava o próximo livro pra assinar. Saí de lá feliz, inspirado. E toda vez que abrir o livro vou ler o simples escrito: “Para Guilherme. Amor, Kate” e sorrir.

Um abraço com coração na assinatura,

Gui <3

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