carta amarela #69 – 3 anos

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Belo Horizonte, 12 de dezembro de 2013

Queridos amigos,

Talvez o clichê seria dizer que parece que foi ontem. Mas não foi. Uma infinidade de coisas se passou comigo nos últimos três anos. Pensei em enumerar aqui, mas na minha cabeça tudo está organizado, e nas minhas cartas por aqui também. Nunca pensei que fosse ter um blog tão duradouro. Nunca pensei que conseguiria ser constante num projeto por tanto tempo.

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Talvez o mais incrível pra mim é ver o amadurecimento desse blog. Que coincide com meu próprio amadurecimento, afinal, sinto que ele é um pedacinho de mim que exponho por aí. Esse amadurecimento aparece nas receitas: se eu era um recém formado em gastronomia quando comecei aqui, fui treinando e treinando. Ganhando prática e as receitas foram ficando melhores, mais bem explicadas. Fico muito feliz quando alguém vem me falar que confia muito nas minhas receitas, que elas sempre dão certo… Cada post que aparece aqui demora muito pra sair. São testes na cozinha, aquarelas pintadas, horas editando minhas próprias reflexões que escrevo nas cartas.

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Seguiu também meu amadurecimento pessoal também. Foi nessa época que saí daquela fase de juventude tão perdida pra começar a me encontrar. Entre não saber o que fazer direito da vida, entre relacionamentos, entre dificuldades na vida, sinto que cada vez mais vou encontrando um caminho a seguir. E isso, claro, reflete no blog também.

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Tenho aprendido cada vez mais a simplificar tudo. A vida fica melhor quando a gente simplifica né? Tudo vai ganhando contornos, vai ficando mais direto, mais veloz. A gente começa a reduzir aqueles 300 amigos da juventude pra aqueles pouco que acabaram virando família. Vamos ficando sem tempo, o trabalho consome muito. Fui deixando de virar noites seja trabalhando ou em festas porque meu próprio corpo foi chegando aos 30. Meu corpo também não é mais o mesmo. Algumas dobrinhas aparecem aqui e ali, sejam em pequenas ruguinhas ou em gordurinhas na barriga também. E eu amo essas dobrinhas, gosto de falar que são experiência de vida desde já.

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Mas o blog não é feito só por mim, mas também por quem também sempre passa por aqui. Recebo uma quantidade grande de e-mails contando histórias. Mandando fotos. Fotos essas que estão aqui, como na tradição dos aniversários do blog. A maioria pego pelo instagram, buscando a tag #moldandoafeto ou quando marcam @gpoulain – mas só consigo ver de quem tem o instagram aberto, heim? Não teria tanta graça escrever só pra mim mesmo, e agradeço aqui a todos os comentários, em especial as três que mais comentaram aqui esse ano: JussaraLetícia e Mariana.

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As receitas vão deixando de ser minhas pra virarem de vocês: cada um muda um pouquinho. É um tempero, um ingrediente. E assim o afeto vai indo de casa em casa e as experiências também. Espero pro quarto ano do moldando afeto ter muito mais coisa pra falar. E que seja melhor ainda. Vem comigo?

Um abraço de estrelinhas, dessas de noites em claro no meio do mato, pensando no infinito.

Gui

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