carta amarela #59 – da convivência
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Belo Horizonte, 8 de julho de 2013
Queridos amigos,
Faz algum tempo que comecei realmente a dar valor à convivência. Talvez com a experiência de morar sozinho, em um lugar cheio de desconhecidos me bastou pra isso. E a questão nem é conviver pelo medo de estar sozinho. É entender o quanto eu sou uma pessoa melhor pelas pessoas que me rodeiam. A convivência é difícil sim, principalmente com as pessoas mais próximas. Os pensamentos de cada um são distintos, as ideias, conceitos e vontades. Mas é justamente isso que me faz crescer. É o que eu posso aprender com aqueles que me cercam.
Queria ser tão amoroso e simpático como meu pai. Queria ter a doçura da minha mãe, e saber cultivar as mais belas flores que já vi com os dedos verdes que só ela tem. Ter os olhos amorosos do Fabrice. A liberdade do Léo. Ser solto no mundo como a Rê. Ter o fofurismo azedo do Rodrigo. E claro, todo o estilo que só ele sabe ter.
Queria ser uma pessoa tão bondosa quanto minha vó Pipida. E tão espevitado como minha vó Tereza. Ser companheiro como o Dricão, dono de palavras sempre sinceras e reconfortantes. Ter toda a dedicação que a Lorena tem com os amigos. Ser sábio como minha prima Sil. Ser presente sempre na distância nem sempre onisciente da Lily. Ter as tiradas mais engraçadas da Érika. Ser um conselheiro dos mais duros e críticos como a Lu, sempre feitos com afeto, claro. Entender de vinho e gentileza como o Leo.
Ter toda a animação e otimismo da Si(m) e a latinidade fervida da Deia. Ter respostas sempre à altura do Samir quando ele me faz passar vergonha. E ser sortudo como ele! Saber dizer não como a Gabi – até hoje ainda não aprendi. Ter o bom gosto musical do Teco, lembrar funks, axés e coreôs como o Marcus. Ter a risada contagiante da Danielle, cantar Kanye West como a Isabelle, ser um confeiteiro incrível como a Brittany e fazer um bolo de chocolate tão bem quanto a Carole. Saber ser o loser mais fofo do mundo que nem o Lucas, conseguir ganhar a vida vendendo coisas no eBay como o Alvin. Ser atencioso como Túlio e Mário, fotografar tão bem como o Gyan e fazer videos tão incríveis como os queridos Fabim, Roo e Bárbara do Chagelado.
Ser tão educado como o Tadeu, dono das melhores playlists. Ter um relacionamento luxo como o do Arízio e Roger. Ser afetuoso como as Joanas são na minha vida. Saber brincar e usar as palavras como a Didi. Incansáveis noites de cartas, todas guardadas com a caligrafia mais bonita que já vi. Taí, eu queria ter a caligrafia dela também.
Fato é que se for contar, muitos amigos ficaram de fora aqui. Se tenho facilidade em fazê-los é porque não consigo me desfazer das pessoas que gosto. Sou amigo pelas razões mais simples. Sintonia a gente não precisa explicar ou justificar, né? Querer ter isso tudo de cada um é inveja? Longe disso. É mais que admiração. É conseguir enxergar no outro tudo aquilo que me falta, e na convivência aprender com cada um deles. Falta-me experiência, faltam-me inúmeras virtudes. Mas não faltam-me pessoas com quem compartilhar minhas alegrias, aflições e enfim: ter na minha vida um pouquinho mais de felicidade.
Um abraço apertado, daqueles que só os amigos de verdade sabem dar,
Gui
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