carta amarela #56 – cantoria
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Belo Horizonte, 6 de junho de 2013
Queridos amigos,
Dos meus tempos de Paris ia todo dia a uma boulangerie. Um saco de chouquettes, uma éclair au café e uma baguette tradition, s’il vous plaît!
Comer e fazer pães pra mim sempre foram uma forma de arte. Foi assim que comecei meu último domingo. Tirei os pães do forno e os deixei descansando na grade. Peguei o livro da cabeceira, sentei na cadeira dali da cozinha mesmo – de repente, escuto um ruído – são os pães cantando baixinho, baixinho.
Depois que a gente, na dificuldade, aprende a domar o trigo, a água e o fermento, descobre que há ainda outra arte por vir – modelar pães não é nem de longe uma tarefa simples.
E meus pães não estão bem modelados. Puxa, morrem de vergonha de mostrar o traseiro, todo remendado pelas minhas mãos ainda inábeis. Mesmo assim acordaram corados e cantando alegrias, assim baixinho para não atrapalhar o silêncio do domingo. Depois me pediram um pouco de manteiga e uma xícara de café. E foi assim que larguei meu livro e fui ali, conversar com eles.
Um beijo e um queijo, pra acompanhar os pães,
Gui
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