carta amarela #53 – das coisas que aprendi

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Moeda, 29 de abril de 2013

Queridos amigos,

Quero chegar lá. Já aprendi muita coisa.

Aprendi que cozinhar é uma química. Que são as boas misturas que vão proporcionar o melhor sabor. Que é o aquecer ou esfriar que vão criar a textura certa. Que ingredientes inusitados podem se atrair e formar algo único – ou talvez criar um completo desastre.

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Aprendi ao fazer minhas aquarelas, que a água evapora rapidinho. E por isso preciso misturar as cores básicas rapidinho também – por isso as cores que consigo são muito mais incríveis. É que a rapidez pode ser uma aliada da surpresa. E ser surpreendido… Oras, é como experimentar um macaron de maracujá com chocolate pela primeira vez. Inesquecível.

Aprendi a saber que também é importante sofrer às vezes. Não importa quanto tempo aquela dor ficar ali, estagnada no meu coração. Quando ela for embora, vai sem deixar nada pra trás. Aliás, deixa sim. Me deixa um pouquinho mais forte. E a sensação é de sentir um calorzinho daquele dia frio que o sol aparece mesmo que entre as nuvens e que você põe seus pés descalços ao sol pra aquecer.

Aprendi a querer menos. Já quis que as pessoas fossem mais gentis. Já quis que as ruas estivessem mais limpas. Já quis mais dias de sol. Já me frustrei por querer muito – e não fazer nada pra mudar isso. Então faço minha parte pra que as coisas sejam melhores – mas não espero que os outros o façam também. Dói menos. Mas os grandes quereres? Ah, esses estão guardadinhos aqui.

Aprendi a não estacionar. Quanto mais parado fico, menos objetivos consigo realizar. Aprendi a pedalar sem rodinhas. E nisso caí e quebrei o braço. E foi de braço quebrado que aprendi a andar de bicicleta. Não deveria ser assim, mas só aprendo as coisas com a fratura ali, exposta.

Aprendi também que aprendo coisas novas todos os dias. E que ainda sei muito pouco. Mas desse muito pouco aprendi a fazer as coisas com afeto. E que assim, eu consigo seguir mais feliz.

Beijos do sempre aprendiz, mesmo que nunca doutor em nada,

Gui

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