carta amarela #39 – pela janela

Paris, 29 de outubro de 2012

Queridos amigos,

Pela janela muita gente vê a vida passar. É como numa novela, a gente vê a vida dos outros passar. As coisas acontecerem por elas mesmas e não pelo que a gente faz. O que não é de todo errado. É importante abrir a janela. Deixar o vento correr pela casa. Deixar a luz entrar. No fundo tudo o que a gente vê nos inspira. Algumas vezes o que falta é a coragem pra sair de casa.

Na verdade esse é um medo que nunca tive. Eu tenho mania de querer muito. E coisas novas, sim.

No fundo, acho que sempre dou o meu melhor. Defendo com paixão as minhas vontades na vida.

Não sei esperar. Sou ansioso. Essa coisa de colocar a vida ‘na espera’ e dar tempo ao tempo é uma coisa que a minha pouca sabedoria de quase 30 anos ainda não compreende. Quero pensar lá na frente. E quero adquirir quantos mais conhecimentos puder pra chegar lá, onde quer e como quer que seja.

Seria muito, muito chato se nada me entusiasmasse. E isso definitivamente não é o meu problema. Mas quem tem muitas vontades, e vontades grandes, corre risco de ter enormes frustrações. Aí está um aprendizado que ainda me é necessário. Perco mal, talvez por colocar o ‘ganhar’ lá nos objetivos. O que é outro grande motivo pra eu estar tentando tantas coisas, com tanta vontade, dentro de tantos planos. Uma hora talvez vou perder feio. E aí quem sabe, aprender.

A vista da janela continua linda. Por que continuo também cuidando do jardim em frente a ela.

Beijinhos,

Gui

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