carta amarela #11 – 172 degraus
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Paris, 15 de abril de 2012
Queridos amigos,
Tive uma semana bem difícil. Chorei. Chorei escondido no banheiro, sequei as lágrimas, corri para a cozinha com a melhor cara do mundo e disse: oui chef!
Algumas vezes sinto essa vontade enorme de escrever simplesmente para externar algo que não sei bem ao certo o que é – e por mais que esse algo grite bem alto dentro de mim, se perde nos pensamentos corridos. Já tentei identificar o que poderia ser essa inquietude, esse pleno desejo de unir palavras e dar a elas força.
Tem dias em que o mundo talvez nunca tenha me parecido tão distorcido. E duro. Mas sinto que cada vez mais tenho me munido de ferramentas para tomar conta dele – ou pelo menos para dar conta de um pedacinho que seja. Já não me perco mais como antes, nem mesmo desanimo diante de demonstrações impiedosas. Ao contrário, vejo nelas a força que faltava para que tudo fizesse sentido. Por mais que algumas vezes a vontade seja de fugir, esconder ou chorar, enfrentar os problemas é sempre a solução que me faz dormir. Não quero mais ter medo, finalmente.
Beijos ainda com chocolate em todo canto do corpo e do uniforme,
Gui
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