Esqueça o título do livro. Não existe vingança alguma – até porque uma pessoa como Miranda Wintour Priestly nunca realmente se dignaria a arquitetar uma vingança sobre uma simples assistente. Ninguém veste Prada. Ou isso até acontece com os tantos detalhamentos de marcas e afins. Mas a diaba é sempre descrita como a madame das pulseiras Hermès. Falando na tal, infelizmente ela mal aparece no livro. Se algum dia fizerem uma continuação do filme, Meryl Streep será daquelas coadjuvantes de luxo que aparecem por uns 10 minutos na duração total.

E é por coisas como essas que me senti tão decepcionado ao ler essa continuação. Gosto do livro original. É divertido e, pra pessoas como eu que gosta de ler coisas sobre moda, é um interessante relato dos bastidores de uma revista inspirada na mais famosa das revistas de moda. Também gosto do filme, mesmo mudando muita coisa do livro.

Talvez pra quem está pra se casar ou ter filhos o livro será um prato cheio, já que a maior parte do tempo é dedicada justamente às enormes neuroses de Andy sobre seu relacionamento e família. Dez anos depois do final do primeiro livro, é natural que aquela jovem recém formada jornalista tenha se tornado uma mulher aos 30 que quer conciliar carreira, casamento e filhos. Mas não sei se é exatamente o que busca quem foi ávido em ler a continuação. Os personagens do primeiro livro estão todos lá de alguma forma. Miranda continua a mesma de sempre, mas Andy, ah, essa já foi alguém mais bem resolvida.

A Vingança Veste Prada (Revenge Wears Prada), um livro de Lauren Weisberger Editora Record

• Novembro 24th 2013
• A Vingança Veste Prada / Devil Wears Prada / Lauren Weisberger / Meryl Streep / na cabeceira / O Diabo Veste Prada / resenha / Revenge Wears Prada
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