pra começar
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Contagem regressiva: 5, 4, 3, 2, 1. No canto eu assim, meio sozinho, assistindo todo mundo. Não sabia se chorava, se batia o pé, pedia para o tempo parar. De certa forma, não queria isso, de 2011 acabar. 2011 foi incrível e não queria começar simplesmente tudo diferente. Nem sozinho. Todo mundo se abraçando, todos estavam exatamente com as pessoas que queriam estar. Olho pros fogos e faço uma lista de alguns outros nomes que eu queria ali comigo. Engulo o choro e resolvo esquecer. A cara não engana muito, mas no ano novo todo mundo é obrigado a ser feliz e esperançoso e o mais certo foi abrir um sorriso.
Febre, um pouco de febre. Quase 6 da manhã. Já tinha ido dormir mas levantei e fiquei, ali, sozinho.
Já virava dia. Corri para a beirada da quadra da minha casa. Dali dá pra ver a serra de moeda, bem atrás da jabuticabeira. Fiquei olhando para o céu, tinha muito tempo que não o fazia. Estava frio, muito frio. Estava meio nublado e chovia, vagarosamente, quase como um borrifar de água. Respirei os tons de dourado, rosa, azul e cinza. O dia nascendo. A noite começou e terminou com os olhos marejados. Mas agora, eu estava feliz. Não sei exatamente o porque, mas tudo era conforto, sensação de vida bem vivida.
Não consigo explicar como um momento completamente isolado do meu dia me despertou como poucas coisas atualmente. Quantas vezes perdi o sono e procurei sem sucesso uma determinada companhia pra ver o sol nascer – gente que eu tinha assunto, história, e amor profundo, sim. O sol nasceu todos os dias do ano e por algum motivo eu não me dei ao trabalho de assistir, sozinho.
Me senti feliz e satisfeito: Vendo o dia (e o ano) nascer.
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