carta amarela #128 – bloco dos não sozinhos

carta amarela #128 – bloco dos não sozinhos

Belo Horizonte, 10 de fevereiro de 2016

O moço do balcão estava visivelmente nervoso. Andava de um lado para o outro, passando pelas portas da cozinha, dessas que vão e voltam como aquelas que a gente via sempre batendo em alguém nos desenhos animados. Suava frio, pedia desculpas e parecia preocupado comigo. Me entregou um endereço, escrito em letra trêmula, que ele repetiu continuadamente até que eu sumisse pelo portão: é o seu direito!

Uma senhora ouviu aquela conversa. Logo veio palpitar, se desculpando por tal feito, e …

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carta amarela #127 – se apaixonar

carta amarela #127 – se apaixonar

Itabirito, 1º de fevereiro de 2016

Queridos amigos,

Certa vez uma amiga me disse que eu me apaixonava muito fácil. Eu disse que sim. Me apaixono com uma frequência enorme. Me apaixono por uma foto, por uma cartinha, por um sorriso, por uma paisagem, por um livro, por amigos, por estranhos interessantes na rua, por confetes deixados no caminho, por um comentário carinhoso que me deixam. E eu só me tornei assim quando abri espaço em meu coração.

Pra isso é preciso uma boa dose de coragem. Coragem para tirar …

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carta amarela #126 – conte comigo

carta amarela #126 – conte comigo

Belo Horizonte, 20 de janeiro de 2016

Queridos amigos,

Era o último dia dela em Paris. Na noite anterior seus amigos tiveram uma briga enorme e ela preferiu não bater na porta do quarto deles. Não queria passar seu último dia sozinha. Resolveu então chamar um amigo de amigos que tinha conhecido três dias antes para passear com ela. Ele não conhecia o Jardim de Luxembourg e ela disse que ele precisava conhecer. Passaram em um supermercado, compraram algumas coisas para comer e beber e rumaram ao …

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carta amarela #125 – pra começar

carta amarela #125 – pra começar

Belo Horizonte, 12 de janeiro de 2016

Queridos amigos,

Lembro de quando pequeno. Com medo do escuro. Dos monstros que poderiam sair de debaixo da cama enquanto eu dormia. Esses medos que parecem bobos, que a gente ri quando cresce. A gente vai crescendo e os medos viram outros. O medo da escuridão de alguma forma continua lá: a gente se apega ao que é cômodo, ao que a gente conhece e vive todos os dias e tem medo de tentar algo realmente novo, porque o novo …

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