gravidade

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A essa altura, com pouco mais de uma semana de estreia no Brasil, praticamente todo mundo já falou o que tinha pra falar sobre Gravidade (Gravity). Quem já viu e amou espalhou pelos quatro ventos, quem não amou já está amargando por causa da histeria coletiva, e quem não viu ou está doido pra ver ou não aguenta mais ouvir falar sobre o filme. Há muito tempo um blockbuster não causava tanta comoção – ainda mais uma ficção científica!

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Qual o segredo de Gravidade? Em duas palavras: Alfonso Cuarón. Em uma palavra apenas: superação. O tema de Gravidade também é superação – no caso, a superação do medo e de um trauma no passado da cientista/astronauta Ryan Stone (Sandra Bullock). Mas a superação de Cuarón começou muito antes, há pelo menos três anos, quando o projeto foi anunciado com Angelina Jolie no papel principal. 90 minutos com apenas dois atores em cena, o tempo todo flutuando no espaço: o filme pedia uma atriz rentável, uma megaestrela que garantisse o retorno financeiro. Jolie parecia a escolha ideal.

E então, surpresa: Jolie recusou o papel. O filme foi então oferecido a Natalie Portman, recém-saída do sucesso-surpresa Cisne Negro. Aí foi a vez de Portman ter que recusar o papel, devido a uma gravidez. O papel principal masculino também passava por uma odisseia: Robert Downey Jr., a escolha até então, largou o projeto para se dedicar a outros trabalhos. No fim das contas, após outros nomes serem levados em consideração (como Scarlett Johansson e Marion Cotillard), Bullock e George Clooney aceitaram o desafio.

O resultado é um espetáculo visual. Impossível negar: Gravidade é um dos filmes mais incríveis situados no espaço – isso se não for o mais incrível de todos. O visual do filme é único, assim como as escolhas do diretor Cuarón. A partir da primeira cena, é tudo de tirar o fôlego: uma tomada da Terra, enorme, azulzíssima, vista do espaço, e o completo silêncio. Como todo filme de ficção deveria ser, mas nenhum é! Tudo o que ouvimos são as vozes dos astronautas enquanto eles se comunicam com a Terra e entre si. É uma sequência deslumbrante, e enorme, sem cortes. Como já havia demonstrado no anterior Filhos da Esperança, Cuarón é um mestre da técnica cinematográfica.

Mas não dá para creditar o sucesso tremendo de Gravidade apenas à parte visual (isso porque eu nem citei o 3D, um dos melhores já feitos). Boa parte da comoção se deve à conexão que o filme cria com o público. É um blockbuster, há explosões e efeitos, mas ao mesmo tempo é um filme intimista. É um drama. É uma história triste sobre uma mulher que sofreu uma perda terrível, e que apenas vai levando a vida após essa perda. A genialidade do filme é casar os elementos arrasa-quarteirão com uma trama profundamente emocional. Sandra Bullock, talvez no melhor desempenho de sua carreira, consegue fazer com que o espectador se identifique com ela, com seus temores, suas limitações, mesmo que ela se encontre numa situação em que 99,99999999999% dos espectadores jamais chegará perto de vivenciar. Ela precisa encontrar algo, no entanto, que 100% dos espectadores precisa, em inúmeros momentos da vida: superação. Olha aí a palavra de novo.

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Gravidade (Gravity), um filme de Alfonso Cuarón

91 minutos EUA 2013 em cartaz nos cinemas desde 11 de outubro

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