toda forma de amor

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E hoje à noite tem Oscar! Talvez eu devesse escrever um texto sobre os favoritos da premiação desse ano, ou sobre quem eu gostaria que ganhasse. Mas resolvi deixar o tema de lado.

(a quem interessar possa: acho praticamente todos os indicados a Melhor Filme excelentes, com a exceção de Trapaça; acho justíssima a esperada vitória de Cate Blanchett como Melhor Atriz; não ficaria triste se Leonardo DiCaprio ganhasse por O Lobo de Wall Street; e aguardo ansioso para ver Lupita Nyong’o papando um merecidíssimo Oscar de Atriz Coadjuvante)

Toda Forma de Amor (tradução poética para o original Beginners) até ganhou um Oscar há alguns anos – um belo e merecido prêmio de coadjuvante para o veterano Christopher Plummer (que, aos 82 anos, tornou-se o ator mais velho a receber a estatueta). E este é um filme tão pequeno que todo reconhecimento é bem-vindo. Mas Toda Forma de Amor é muito mais que apenas uma atuação estupenda.

Beginners

O filme conta a história de Oliver (Ewan McGregor) em dois momentos distintos, mas não tão distantes: em flashbacks, descobrimos que, após a morte da mãe, o pai de Oliver decidiu assumir a homossexualidade e finalmente ser quem ele soube que era. Já quatro anos depois, no presente, após a morte do pai, Oliver conhece a atriz francesa Anna (Mélanie Laurent) e precisa lidar com suas próprias dificuldades em relação ao amor e relacionamentos.

Beginners (iniciantes) é um título perfeito porque descreve, em mais de uma maneira, sobre o que é o filme. Além do slogan maravilhoso (“this is what love feels like”), temos Hal, o pai já idoso, um iniciante no mundo gay, um iniciante na felicidade plena, e disposto a mergulhar nessa felicidade; e temos Oliver, um iniciante nesse novo pai que ele não conhecia, e um eterno iniciante nos assuntos do coração. O espectador basicamente esquece que toda a parte envolvendo Hal é contada em flashbacks, porque as descobertas do pai de Oliver influenciam profundamente o Oliver atual. Nunca é tarde pra começar, e muito menos pra ser feliz.

O roteiro de Mike Mills passeia com facilidade incrível entre temas tristes – morte, câncer – e momentos iluminados, lindos: Hal ligando para o filho no meio da noite perguntando sobre “que música maravilhosa e alta é essa que se ouve nas boates?”; qualquer cena envolvendo Arthur, um dos cachorros mais fofos da história; a excêntrica mãe de Oliver, cujos jogos deixaram uma marca profunda no filho. É daqueles raros filmes que as lágrimas vêm não apenas nos momentos tristes, mas também nos momentos de felicidade pura. E que ao final vai te fazer abraçar seu namorado, sua mulher, seu marido, seu irmão ou seu cachorro, quem estiver mais perto. Filmes assim deixam o mundo melhor.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=uPlY6OMQobw]

Toda Forma de Amor (Beginners), um filme de Mike Mills

105 minutos / EUA / 2010

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  • Letícia diz:

    Guilherme, comentário de quem chegou pela primeira vez aqui no seu blog (através da sua parceria com o blog da Lu). Adorei os posts que li até agora, me tornarei leitora assídua. Parabéns pela forma como escreve e pela maneira leve de encarar a vida. Um grande abraço! Letícia

  • Julia diz:

    Eu estava ensaiando para assistir esse filme há tempos.

    Ensaiando porque nunca dava certo.

    E esse post foi o empurrão que eu precisava para assistir :)!

    E de fato é muito bom.

    E de fato, Arthur é o cachorro mais fofo do mundo!

  • loryslane diz:

    Dos meus filmes preferidos da VIDA!

  • Eu tbm amei. E amo seus textos!

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