quatro amigas e um jeans viajante
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Há menos de dois meses, tive a chance de assistir aqui em Frankfurt a um show da cantora Rachael Yamagata. Sigo a carreira dela desde o primeiro EP, lançado em 2003 – e o senhor dono do site, Gui Poulain, também adora a moça. Inclusive chamamos às vezes os momentos “coração partido” da vida de “Yamagata time”, já que ela tem uma bela seleção de canções arrasadoras.
Enfim, voltando ao show! Ao anunciar determinada música, ela disse: “Essa música fez parte do filme xis, e é um dos meus combos favoritos filme-com-música-minha”. Após o show, quando tive a chance de conversar com ela, falei que meu combo preferido desse tipo era Quatro Amigas e um Jeans Viajante, que conta com a canção “Be Be Your Love” em uma cena. O rosto de Rachael abriu e ela reagiu igual uma adolescente: “Ai meu Deus, eu aaaaaaaaamo a cena! Na Grécia, quando *spoilers spoilers spoilers*! Até choro um pouquinho!” Foi maravilhoso ver uma artista que eu gosto há tanto tempo reagir assim, como uma fã mesmo, entusiasmada do mesmo modo que eu fico quando falo dos meus filmes favoritos.
Toda essa introdução é pra falar de Quatro Amigas e um Jeans Viajante, que é um desses filmes pequenos que, mesmo sem grandes astros ou efeitos especiais, consegue atingir uma parte considerável da plateia – tanto que teve até continuação (que eu confesso não ter visto). O filme foi vendido como uma obra “pra meninas”; eu acho essa classificação tão tacanha, e uma pena que tantos homens deixaram de ver o filme por causa disso (lembro de ter convencido um amigo meu a assistir, e ele depois me dizer o quão surpreendido ele ficou com a história).
A premissa do filme (baseado numa série de livros) é quase inacreditável: quatro amigas inseparáveis acham um par de jeans que, milagrosamente, serve perfeitamente em todas. Elas decidem então, para manter contato durante as férias, “compartilhar” o jeans: cada uma fica com ele por um tempo, e depois envia para a próxima. O filme alterna as histórias vividas pelas quatro amigas durante esse período – e sim, uma delas vai pra Grécia.
Comentei acima que não há grandes astros no filme. Antes do lançamento, as atrizes mais famosas eram Amber Tamblyn, que então estrelava a série Joan of Arcadia, e Alexis Bledel, da série Gilmore Girls. Curiosamente, depois do lançamento foram as outras duas atrizes do quarteto que estouraram, também via séries: America Ferrera (na minha opinião, a melhor atriz das quatro) em Ugly Betty, e Blake Lively no mega sucesso que foi Gossip Girl. Vejo muita gente na internet falar mal de Blake; nunca assisti xoxo Gossip Girl, mas acho-a ótima aqui, vivendo uma líder nata que começa a usar sua sensualidade de uma forma um pouco adulta demais. É uma história que começa simples – a personagem vai para um acampamento de meninas – e se torna mais profunda do que o esperado. Um padrão seguido pelas quatro histórias do filme, na verdade.
Divórcio, doenças terminais e famílias em desgaste são temas que surgem em Quatro Amigas e um Jeans Viajante – apesar do nome e da premissa, este não é um filme leve. É tocante, é bonito, conta com vários momentos devastadores (e também com alguns do tipo “awwwwwww!”, como o embalado por Rachael Yamagata). Não sei como é a reputação do filme atualmente, dez anos depois: as pessoas esqueceram dele? Ou ainda recomendam a quem não viu? Eu recomendo com todo o coração, e espero que quem assista se surpreenda assim como o meu amigo se surpreendeu. E prestem atenção na tal cena awwwww da Grécia, pois “Be Be Your Love” é maravilhosa!
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