objetos cortantes

Faz alguns anos que li Garota Exemplar, o livro de maior sucesso da Gillian Flynn que virou filme nas mãos do David Fincher. Objetos Cortantes foi o primeiro livro que ela escreveu, e foi lançado aqui no Brasil no começo desse ano. Tendo lido dois de seus livros (e assistido ao filme Lugares Escuros, baseado em outro livro dela) consigo perceber que ela tem um estilo bem peculiar de contar histórias policiais. Apesar das histórias serem diferentes, elas sempre tem alguma grande reviravolta na parte final, e suas protagonistas tem sempre mentes um pouco perturbadas por coisas vividas.

Em Objetos Cortantes a protagonista perturbada é Camille, uma jornalista designada a voltar à sua cidade natal pra cobrir um assassinato de uma menina e o recém desaparecimento de uma outra. Isso não seria um problema se voltar para sua cidade não desencobrisse toda a sua infância a adolescência em que teve sérios problemas de relacionamento com sua mãe e uma profunda depressão que a fazia se automutilar, escrevendo com objetos cortantes palavras em sua pele, fazendo com que hoje sua pele seja toda marcada desses fatos vividos.

O livro se desenvolve de forma ágil, desses que você não consegue parar de ler até descobrir, junto a Camille, quem matou as garotas e também entrar no próprio mundo de neuroses que a protagonista começa a reviver ao entrar de volta a um mundo que ela não pretendia retornar. O livro apoia em alguns lugares comuns, mas se tem algo que Flynn faz bem é entrar de cabeça na psicologia de seus personagens, e não é diferente aqui. Camille é complicada, como talvez todos sejam. Ninguém gosta de protagonistas perfeitos, ninguém.

• Setembro 6th 2015
• Gillian Flynn / na cabeceira / Objetos Cortantes
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