o lobo de wall street

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Falar de O Lobo de Wall Street sem ser vulgar é um exercício e tanto – visto que os personagens do filme de Martin Scorsese passam quase o tempo todo (e são três horas de filme) fazendo coisas de corar os mais pudicos. Mas vamos lá. Drogas: sim. Drogas no corpo nu de mulheres: sim. Drogas vencidas: sim. Orgias: sim. Orgias misturadas com notas de cem dólares: sim. Arremesso de anões: sim.

Pra quem é familiar com os filmes de Martin Scorsese, não é novidade que ele mostre sexo e drogas de forma tão escancarada. Mas essa combinação geralmente vinha acompanhada da irmã Violência, como nos vários filmes do diretor sobre a máfia (Os Bons Companheiros e Cassino, por exemplo). Aqui a violência aparece bem menos, e outra convidada toma conta do espetáculo: a comédia. Porque todos os elementos que eu descrevi no início do texto são mostrados de forma hilária.

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A história (real!) acompanha o ambicioso Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) em sua ascensão no mercado de ações de Wall Street, no fim dos anos 80. Jordan não mede escrúpulos para ficar rico – e para isso desenvolve um esquema para enganar clientes que querem enriquecer de modo fácil. Quem enriquece é Jordan, e sua turma de amigos/comparsas/insanos cheiradores.

Em determinado momento, Jordan vira para a câmera e, completamente sem culpa, diz: “Estávamos ganhando mais dinheiro do que conseguiríamos gastar”. O filme de Scorsese mostra, com um ritmo alucinado que remete às drogas, as maneiras que Jordan & cia tentaram gastar essa montanha de grana. E dá-lhe extravagâncias, carros, iates, muita cocaína sendo cheirada nos lugares mais bizarros.

Dizendo assim, parece que O Lobo de Wall Street é apenas uma vitrine, com o espectador assistindo três horas de gente inescrupulosa torrando dinheiro de forma irresponsável. Mas Scorsese, com aquela energia única de seus filmes, mostra essa epopéia nababesca como se sua vida dependesse disso: eis aqui um filme maluco, exagerado, histérico, mas também como poucos outros. Quanto a gostar ou não, depende de como o espectador vai reagir a toda essa loucura mostrada na tela. Na sessão em que assisti, o pessoal riu o tempo todo – eu incluído. Um Leonardo DiCaprio igualmente insano e sem limites reina: é talvez a melhor atuação de uma carreira cheia de ótimas atuações. É daquelas interpretações que precisam ser vistas.

(e depois me contem como reagiram à cena em que DiCaprio sente os efeitos das drogas vencidas mencionadas no primeiro parágrafo)

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=PoSCUsNQVtw]

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street), um filme de Martin Scorsese

180 minutos / EUA / 2013 / atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros

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  • fercout diz:

    Ei, Gui,
    também achei o Leo ótimo e o filme eletrizante. Porém, só até meados do filme, porque lá pelas tantas já começou a me dar sono. Senti um pouco como o efeito da droga que eles tomavam… no final já estava no efeito da baba e de não lembrar mais quem o que eu era (brincadeira, mas no final já achando chato mesmo e parei de rir um pouco) Scorsese faz sempre produções boas, né? Gostei da forma como o filme começa e de como a narração é desenvolvida pelo personagem do DiCaprio. Sou suspeita pra falar, pois gosto muito das produções. Falar nisso, outro que sou super fã é o Lars Von Trier. Já viu a Ninfomaniaca? Vi e gostei… depois conta pra gente o que achou.
    bj
    Fernanda
    http://www.singelezas.wordpress.com

    Ps: Acho que te vi no sábado a noite no Boulevard Shopping. Será que era você mesmo?

  • To louca pra assistir, principalmente depois deste post!
    Achei o blog por acaso e adorei, ta favoritado <3
    beijos!

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