mesmo se nada der certo

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Apenas Uma Vez (Once) foi um dos maiores sucessos-surpresa dos últimos anos: um modesto filme irlandês que arrebatou plateias no mundo todo, o “little film that could” (em tradução livre, “o pequeno filme que conseguiu”), a simples história de dois músicos que se conhecem nas ruas de Dublin, e acabaram chegando até o Oscar. A alma de Apenas Uma Vez estava nas musicas compostas pelos protagonistas, uma das quais acabou levando o Oscar.

Seis anos depois, o diretor John Carney retorna com uma premissa não muito distante, mas em outro continente. Mesmo Se Nada Der Certo (Begin Again, mas que originalmente tinha o titulo muito mais legal de Can a Song Save Your Life?) também é sobre música, e sobre como música aproxima as pessoas, e também as transforma. Mas agora, em vez de músicos de rua na Irlanda, temos Dan (Mark Ruffalo), um produtor musical bêbado e desiludido com novos artistas, e Gretta (Keira Knightley), uma jovem compositora inglesa que decide acompanhar o namorado musico em uma turnê em NY. Os dois, perdidos de formas diferentes, acabam se encontrando num bar onde Gretta toca uma de suas canções.

A ideia que se segue nao é original – Dan encontra inspiração nas canções simples de Gretta, enxergando nelas algo único, e ao longo do processo torna-se uma pessoa melhor, mais centrada. E mesmo que as canções sejam simples voz-e-violão, o charme do filme está na energia, na alegria com que Dan e Gretta encaram essas músicas. O espectador não precisa ser um compositor para apreciar o processo quase mágico de criar uma canção – como na cena em que Dan visualiza instrumentos tocando sozinhos ao redor de Gretta e seu violão. É arte sendo criada, e é ótimo de se ver.

Filmes como Mesmo Se Nada Der Certo podem até dar a falsa impressão de que criar arte é fácil. Eu não sou artista, mas acho o processo fascinante. E o mundo apresentado no filme é um mundo bom de se passar quase duas horas, com seus habitantes com defeitos mas nem por isso com “heróis” e “vilões”. É um filme especial não apenas porque as pessoas se expressam bastante pela música, mas também porque nos dois momentos mais tocantes – momentos curtos, em que uma pessoa encontra-se mais vulnerável do que nunca -, os personagens se expressam com abraços, sem que uma palavra precise ser dita, o silêncio sendo tão forte quanto os versos mais sinceros.

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