bonsai
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Uma história de amor. Ela morre. Ele fica sozinho. Juro que não contei aqui nada demais, está escrito na primeira frase do livro. O que importa não é que isso acontece. Mas o decorrer da vida até que isso aconteça.
Um relacionamento talvez seja como uma planta. Um relacionamento que nasce e precisa de cuidados sempre. Cultivado. Que dá as sementes que precise dar. E um dia, como tudo na vida, naturalmente morre. Bonsai, livro do chileno Alejandro Zambra, é um livro breve. Um livro pequenininho. Desses que você coloca no colo, agarra por cerca de duas horas, ele acaba e você deseja que ele tivesse mais a contar. Esse livro pra mim é a prova de que tamanho não é necessariamente qualidade. Em 96 páginas de letras grandes ele conta uma história envolvente, encantadora. Tão reveladora e tão complexa.
Julio e Emilia são dois jovens que lêem juntos. Desses casais que acordam com livros perdidos entre as cobertas. E até que são felizes em meio a essas leituras conjuntas. A vida passa. São os encontros e desencontros que nos dizem que como um bonsai, o afeto necessita de um cultivo igual, ainda que nós, jardineiros, nos atrapalhemos um pouco por aí. O que resta do amor deles é a destruição. De um lado o fim de uma vida e do outro a incerteza instalada. Triste, numa beleza rara de se encontrar em histórias tão curtas.
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