nora webster

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Final da década de 1960. Enniscorthy, uma pequena cidade na Irlanda. Nora Webster é uma mulher de meia idade, mãe de quatro filhos. Acabou de perder seu marido e, entre o luto e as dificuldades em sustentar a família, ela começa a se recuperar dessa perda.

A recuperação, vivenciada no livro durante o passar de três anos, não conta com nenhuma série de grandes e dramáticos eventos. É um livro onde talvez alguns diriam que não acontece nada. Talvez venha daí a genialidade dele pra mim – nossa vida é perpassada por pequenos momentos em que talvez vez ou outra aconteça alguma grande mudança. É com tamanha sensibilidade que o autor, Colm Tóibín, narra os sentimentos e pensamentos por trás da personagem título.

Eu ainda não havia lido nada dele. Conheci o autor no começo de 2015 ao ler notícias de um dos filmes mais bem falados do ano passado, Brooklyn, que ainda não estreou por aqui (está indicado ao Oscar de melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor atriz esse ano). Ele é o autor do livro. Quando me deparei com a linda capa de Nora Webster e o nome do autor, resolvi levar pra casa pra ler. A persongem-título é inspirada na mãe do autor. Ele é a inspiração para Donal, o terceiro filho, o que tem mais dificuldades em se comunicar com a mãe.

Nora Webster é um bonito e tocante retrato da experiência de uma mulher solitária e triste. Da dificuldade de uma mulher em expressar o que gostaria em meio a sociedade irlandesa do final dos anos 60. Os dias de Nora passam e vão se transformando através de pequenas coisas: ela assiste filmes com os filhos e se sente confortada quando descobre neles similaridades com sua própria vida. Ela encontra vida escutando músicas que complementam suas próprias emoções. Aqui temos uma mãe fazendo o que ela pode fazer de melhor. Aprendendo a cuidar de seus filhos ao mesmo tempo em que começa a descobrir, com seus mais de 45 anos, seus próprios interesses. Se dando permissão para descobrir o que a faz bem. Encontrar o poder pra encarar o que não viveu antes. É uma história que vem reiterar que muitas vezes ganhamos presentes da vida, mesmo que eles venham quando pagamos um alto preço.

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