missão impossível: nação secreta
0 Flares
0
Facebook
0
0 Flares
×
Essa semana li um texto de um jornalista americano com o seguinte título: “Chegou a hora de gostar de Tom Cruise novamente”. O artigo comentava como a imagem do ator – que sofreu desgaste máximo após o “episódio do sofá” no programa de Oprah Winfrey, há exatos dez anos – parece finalmente estar recuperada. Ano passado o ator estrelou No Limite do Amanhã, um sensacional filme de ação que foi incensado pelos críticos mas infelizmente não encontrou seu público. Agora Cruise finalmente conseguiu unir boas críticas com sucesso de público, com o lançamento de Missão Impossível: Nação Secreta.
A série Missão Impossível é um bicho estranho. Não parece ter fãs ardorosos como James Bond ou Indiana Jones, e cada filme foi dirigido por um profissional diferente. No entanto, a série continua fazendo muito sucesso; e mais estranho ainda é ter chegado ao quinto filme praticamente no auge (o meu preferido é o quarto, Protocolo Fantasma, uma montanha-russa de ação e humor que às vezes parece um desenho animado, de tão feérico).
A história de Nação Secreta não importa muito. Não que seja ruim! Mas o que importa de verdade é o espírito dos filmes Missão Impossível: cenas de ação de tirar o chapéu, muito humor, e Tom Cruise salvando o mundo. Está tudo lá! Dentre as cenas de ação, destaque para uma sequência “submersa”, e mais ainda para uma sequência na ópera de Viena, onde a ação acontece em três (!) planos diferentes – uma aula de suspense e timing.
O humor dos filmes da série é peculiar e refrescante: ele está sempre presente, mas isso não é o mesmo que dizer que o filme não se leva a sério. Mas é um filme que ri junto com você dos absurdos na tela: há um capotamento de carro tão absurdo e espetaculoso, mas cujo efeito é melhorado com a câmera dentro do carro e um Simon Pegg em pânico enquanto o carro dá mil cambalhotas. E mesmo as coisas que Tom Cruise faz: o espectador ri não porque é trash, mas porque pensa “So Tom Cruise para me fazer acreditar que isso é humanamente possível”.
E por mais que o efeito tomcruisesco de Tom Cruise carregue o filme, quem causa a impressão mais forte é Rebecca Ferguson. Atriz desconhecida (pra mim), Ferguson está sensacional: no papel de uma agente britânica que volta e meia cruza o caminho de Cruise/Ethan Hunt, a moça deixa o espectador se questionando o tempo todo, incapaz de decifrar seu rosto enigmático. Ferguson não é bonita no estilo “sabor da vez”; ela tem um rosto forte e cativante, e lembra muito a eterna Ingrid Bergman (não por coincidência, a personagem se chama Ilsa, assim como Ingrid em Casablanca). Uma cena em que Ferguson levanta a perna usando um vestido com uma fenda profundíssima me parece já clássica – é daqueles momentos dignos de figurarem numa retrospectiva das melhores cenas de 2015. A atriz merece um futuro brilhante nas telas. Ela é a maior surpresa de Nação Secreta, filme que merece ser visto na tela grande tanto por fãs quanto por detratores de Tom Cruise.
0 Flares
0
Facebook
0
0 Flares
×