vingadores: era de ultron

vingadores: era de ultron

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A gente gostando ou não, os filmes de super-herói vão dar as caras por muito tempo nos cinemas. Muita gente reclama do excesso de filmes desse tipo (o mais recente ganhador do Oscar, Birdman, atira várias pedras na direção dos super-heróis). Mas o público continua indo em massa aos cinemas, e por isso já tem filme da Marvel planejado até dois mil e cacetada.

Vingadores: Era de Ultron é o mais recente a dar as caras nos cinemas. E também o mais ambicioso. Afinal, os Vingadores são essa turminha da pesada que conta com o Homem de Ferro, Capitão América, Thor e Hulk, entre outros. Eu, que nunca li meia página dos quadrinhos, só fiquei sabendo da existência dessa gangue quando o primeiro filme foi anunciado. E lá fui eu contribuir para o mais de um bilhão de dólares que o filme fez mundo afora. Só teve um problema: eu não amei o filme como todo mundo parece ter amado.

Por várias vezes nos últimos anos eu me senti quase um ET quando via amigos meus amando tudo quanto é filme de super herói. Tem vários que eu acho maravilhosos (os da série X-Men, principalmente), mas foi me dando uma fadiga de tanto filme desse tipo! Pulei o Thor mais recente. O último Homem de Ferro passou quase em branco. Do último Capitão América, lembro basicamente da Scarlett Johansson. E ai de mim se falar essas coisas perto de um fã dos quadrinhos! No mínimo vou levar uma olhada daquelas destruidoras. Mas essa fadiga tinha decidido por mim: nada de Era de Ultron.

Não resisti, né? Após rever o primeiro Vingadores (e achar bem melhor), fui lá ver essa cambada de super-heróis. Vale a pena, caso você também não seja necessariamente entusiasma de filmes do gênero? Eu digo sim. O melhor do filme é como essa turma enorme de heróis (e astros, e salários) está azeitada. Mesmo que o nome de Robert Downey Jr. surja primeiro nos créditos, não há um personagem principal. Todos os seis Vingadores (os quatro já mencionados, mais a Viúva Negra de Johansson e Hawkeye) têm basicamente a mesma importância. E o roteiro dá a todos eles cenas impactantes, de modo bem mais balanceado que no primeiro filme.

Era de Ultron também é surpreendentemente engraçado. E não do jeito preguiçoso que eu poderia esperar, com cada um da turma zoando a aparência/modo de ser do outro (do tipo “Thor, que capa é essa?”), mas do modo amigável que amigos fazem brincadeiras uns com os outros. O Homem de Ferro fala um palavrão e o bom-moço Capitão América diz “olha a linguagem!”; os outros pegam no pé dele por causa disso durante todo o resto do filme. Há uma disputa para ver se alguém consegue levantar o martelo do Thor. Até mesmo a Viúva Negra, que está sempre preocupada/atenta com Bruce Banner/Hulk, diz no meio de uma cena de destruição: “Não vai ficar verde agora!”, quando ele está literalmente por cima dela.

Eu poderia falar da história (que é realmente interessante), eu poderia falar dos efeitos (que são obviamente impressionantes), mas o que ficou no final pra mim foi a camaradagem explícita do elenco. Junto com esse monte de gente ainda há novas e preciosas aquisições, como a talentosa Elizabeth Olsen (se você não viu Martha Marcy May Marlene, veja) e algumas que é melhor deixar como surpresa. Vingadores: Era de Ultron não mudou minha vida e nem vai ser o melhor filme do ano pra mim, mas por quase duas horas e meia eu esqueci minha fadiga. E assisti satisfeito um monte de gente com a qual eu não me identifico em nada – afinal, todos são fortes, lindos, super inteligentes e basicamente incríveis.

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