temporário 12
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Pra maioria das pessoas, Brie Larson surgiu “do nada” com sua performance em O Quarto de Jack. Num ano em que basicamente todas as atrizes indicadas estavam estupendas, Larson papou o Oscar e da noite pro dia virou um nome conhecido. Mas os cinéfilos mais atentos já sabiam do que a atriz é capaz.
Há pelo menos cinco anos Larson vem brilhando em tudo que faz. Mesmo em papéis pequenos como a ex-namorada do personagem título em Scott Pilgrim Contra o Mundo ou a irmã de Joseph Gordon-Levitt em Como Não Perder Essa Mulher, a atriz sempre deu conta do recado. Há um par de anos ela finalmente ganhou seu primeiro papel de protagonista. O resultado é magnífico: em Temporário 12, Larson está no mínimo tão boa (talvez até melhor) quanto em O Quarto de Jack.
Em Temporário 12, a atriz é Grace, monitora de um abrigo temporário para adolescentes em situação delicada – seja oriundos de lares destruídos, ou propensos a violência, ou que aguardam um lar para adoção definitiva. Grace, apenas alguns anos mais velha que os adolescentes do lar, é ótima no que faz – firme sem ser fria, dedicada mas sem se abrir o suficiente a ponto de se tornar vulnerável. Ela porém sabe por experiência própria como é morar num desses lares temporários, e constantemente põe sua própria competência em xeque.
Dois moradores do Temporário 12 se destacam: um deles é Marcus, jovem rapper que exala ameaça e agressão; e Jayden, com tendências suicidas. A dedicação de Grace vai fazer com que ela penetre essa camada externa de defesa, vendo o que esses jovens tão machucados pela vida resolveram esconder – para poder sobreviver. Mas o filme não posiciona Grace como salvadora, e os adolescentes como coitados. São todos já marcados para sempre, alguns com cicatrizes mais recentes que outros, mas nenhum deles com uma carapaça forte o suficiente para os futuros baques do destino.
Temporário 12 é incrivelmente honesto, verdadeiro, e carinhoso com seus personagens. Isso porque o diretor e roteirista Destin Daniel Cretton baseou-se na sua própria experiência trabalhando em um desses abrigos temporários. O resultado (adaptado de um curta feito por ele mesmo alguns anos antes) é um filme devastador em vários momentos, mas não necessariamente pessimista. É, acima de tudo, humano. Uma pérola que, com o Oscar de Brie Larson, espero que seja vista por mais gente.
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