o verão da minha vida
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Um dos meus sub-gêneros favoritos no cinema é o “coming-of-age film” – que pode ser traduzido mais ou menos como “filme de amadurecimento”. Todo mundo já viu um filme assim: o protagonista é um(a) adolescente, geralmente tímido(a) ou até mesmo inocente, que passa por uma experiência de vida transformadora e termina o filme um pouco mais independente, mais senhor(a) de si, mais adulto(a). Quase Famosos, Conta Comigo, Clube dos Cinco, Meu Primeiro Amor: a lista inclui vários clássicos.
O Verão da Minha Vida (The Way, Way Back) é um dos exemplos mais recentes. E também um dos mais belos. O filme de estreia dos diretores Nat Faxon e Jim Rash (vencedores do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por Os Descendentes, com George Clooney) é engraçado quando precisa ser, emocionante em momentos sinceros e conta com um elenco fabuloso. O protagonista é o jovem Duncan (Liam James), garoto tímido, extremamente introvertido, que logo de cara ouve do padrasto Trent (Steve Carell) que, numa escala de 1 a 10 – em matéria de beleza e charme – ele é um 3. Os dois, mais a mãe de Duncan e a filha “aborrecente” de Trent, estão indo passar férias na casa de praia de Trent. Paraíso para os adultos, diversão para a garota, inferno na Terra para Duncan, que preferia estar com o pai.
Aparentemente Duncan está destinado a passar o verão sozinho, sendo discretamente neglicenciado pela mãe (Toni Collette, que nunca está menos que excelente, né?), desprezado pela aborrecente e levando patadas do padrasto. Até que, por acidente, ele conhece Owen (Sam Rockwell), o “jovem adulto” que trabalha num parque aquático na cidade. É com Owen que Duncan vai finalmente se divertir, aprender a gostar de si mesmo e também a relaxar.
A história aparentemente não tem nada de novo, mas a riqueza do filme está nos detalhes, na atenção que os diretores/roteiristas colocam nas relações entre os personagens. A crueldade de Trent com Duncan é arrasadora, e ao mesmo tempo tão casual que nem a mãe – que está longe de ser uma mãe ruim – vê o lado escroto de Trent. E se Owen é um garotão como vários que Sam Rockwell já fez, o talento e a simpatia do ator são tão grandes que não tem como não ficar cativado por ele. E O Verão da Minha Vida termina sendo um filme humilde, mas com um coração enorme – tão grande como o sorriso de Duncan numa foto na parede, um choque para a mãe: esse é meu filho?, ela parece pensar. O espectador, antes mesmo dela, já sabe que Duncan é uma jóia. O filme também é.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=6XSl9K2xmbs]
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