o fantástico sr. raposo

o fantástico sr. raposo

mrfox_02

Wes Anderson é um caso raro no cinema atual: um diretor com uma identidade visual inconfundível, com total domínio de todos os aspectos de sua obra. Um filme de Anderson é inconfundível, para o bem ou para o mal (não são poucos os detratores da obra do diretor). Pois com O Fantástico Sr. Raposo o diretor conseguiu um feito mais particular ainda: realizar um filme de animação que se mantém fiel ao seu estilo, com um resultado final igualmente inconfundível. Quem mais além de Tim Burton realizou essa façanha nas últimas décadas?

O Fantástico Sr. Raposo (baseado num livro de Roald Dahl, o mesmo autor de A Fantástica Fábrica de Chocolate) conta com a carismática voz de George Clooney no papel principal, um pai de família que não resiste à tentação e decide realizar um “grande roubo final”, anos após prometer à esposa (Meryl Streep, sensacional como a voz da razão – com o perdão do trocadilho!) que nunca mais roubaria galinhas. Mas o Sr. Raposo é um “animal selvagem”, como ele mesmo se descreve, e por isso decide colocar em prática um audacioso plano: roubar os produtos dos três fazendeiros mais poderosos da região.

Só que as consequências desse roubo vão muito além do que o Sr. Raposo poderia imaginar. A vingança dos três fazendeiros chega a níveis quase apocalípticos, colocando não apenas a família do Sr. Raposo em risco, mas também os animais vizinhos que nada tinham a ver com o roubo. A confusão, no entanto, pode ser a chance que o pequeno Ash, filho do casal, precisa pra provar que pode ser um atleta tão bom quanto o pai foi na juventude…

O Fantástico Sr. Raposo possui mensagens edificantes sobre o valor da família e dos amigos. Mas acima de tudo, o filme possui tudo aquilo que faz parte do universo WesAndersoniano: cores maravilhosas e nostálgicas (nesse caso, muitos tons de laranja); divisão em capítulos com direito a intertítulos na tela; uma trilha sensacional de Alexandre Desplat (colaborador do diretor em todos os seus filmes desde então, e vencedor do Oscar por O Grande Hotel Budapeste), e aquele humor bem característico, que não é de rir alto mas passa uma sensação muito boa, um carinho por todos os personagens, por mais estranhos que eles sejam. É uma festa para os olhos, ouvidos e coração, um filme que me deixa feliz do início ao fim.

mrfox_03

0 Flares Twitter 0 Facebook 0 0 Flares ×

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Pode usar estas etiquetas HTML e atributos: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>