o amor é estranho

o amor é estranho

Ben (John Lithgow) e George (Alfred Molina) estão juntos há décadas. Mas um casamento oficial só é possível agora, com a aprovação de novas leis. O Amor é Estranho começa com o dia do casamento, os dois se preparando em casa com aquele conhecimento de espaço que só duas pessoas que moram juntas há muito tempo possuem. Não é apenas um casamento: é a celebração de uma união duradoura, e que deu certo em todos os sentidos.

Mas logo após o casamento, George é demitido do emprego e os dois não podem mais bancar o apartamento bacana onde moram. A única solução possível é morar “de favor” com outras pessoas: Ben com um sobrinho, e George com um casal de vizinhos, também gays. A mudança, claro, não vai ser fácil pra ninguém. Por um lado, George precisa lidar com as festinhas caseiras dos donos da casa, enquanto tudo que ele quer são noites de paz (“Você está sentado na minha cama”, ele diz a um convidado de uma festa, referindo-se ao sofá).

Já Ben acaba, sem perceber, sendo intrusivo na vida de Kate (Marisa Tomei), mulher do sobrinho. As cenas entre os dois estão entre as melhores do filme, com as perguntas de Ben irritando Kate pouco a pouco. “Eu só consigo trabalhar em silêncio”, diz Ben, justamente enquanto Kate tenta se concentrar em escrever. O desespero quieto de Kate, que ama Ben de verdade, é nervoso e hilário.

Mas o mais afetado pela presença de Ben é Joey (Charlie Tahan), o problemático filho adolescente de Kate. O único lugar para Ben dormir é no beliche de Joey, e… Bom, nenhum adolescente quer dividir o quarto com um senhor. Mas um dos maiores méritos de O Amor é Estranho é não criar conflitos fáceis entre um adulto gay e um adolescente (que poderia ser) homofóbico. Joey não tem problema algum com a sexualidade de Ben, e isso é um alívio.

Aliás, o filme é completamente refrescante nesse sentido: não há tensão óbvia e clichê entre o casal gay e membros obtusos da família. Os conflitos nesse aspecto surgem fora do campo familiar, o que torna O Amor é Estranho um filme muito mais universal do que um “filme gay”. Não é sobre um casal homossexual, mas sim sobre relacionamentos, curtos e longos, que estão começando e que já começaram, e sobre como eles são diferentes, únicos, e sobre como é um feito tremendo manter uma relação por um longo tempo.

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