não se desiste
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encurvei-me sobre a beirada e fiquei olhando as pessoas a passar. parei pra pensar no tempo. pensei em quanto tempo faz que estou solteiro. e parei pra pensar no porque procuramos sempre alguém. lembrei da música que diz que “é impossível ser feliz sozinho”. não é só ela que diz isso. muito do mundo brada a mesma mensagem. nos filmes, nas leituras, na TV, nas conversas. fica pra gente que a ausência de um parceiro é sinônimo de infelicidade, fracasso ou, sei lá, esquisitice. talvez até seja verdade que as pessoas sem parceiros tendem a ser menos felizes, mas o contrário certamente é falso: estar com alguém, ter alguém, não é garantia de felicidade. é que nossas questões interiores não se resolvem tendo um amor, ou mesmo amigos e família. essa promessa de que a felicidade vem do amor é falsa. a gente vive bem em casal estando, primeiramente, bem com a gente mesmo. e isso vai conduzindo as pessoas numa procura inútil por alguém que as faça sentir inteiras e completas. talvez seja mesmo inato no ser humano se sentir incompleto. minha vida tem se tornado mais leve à medida que eu compreendo um pouco mais as minhas próprias realidades. entender que é bom estar junto. entender também que a solidão é importante pra gente se conhecer melhor, fonte de importantes descobertas quando se quer amar alguém um dia. acho que quando a gente está bem com a gente mesmo e quer descobrir o mundo a nossa volta, a gente fica mais apto a ter alguém do nosso lado. aprender também a deixar as mágoas e remorsos de relacionamentos passados pra trás. não é preciso levar no coração tudo aquilo que nos magoou um dia. é muito pesado pra um órgão tão pequeno. quero ainda encontrar alguém de novo. que encontre um guilherme mais maduro. mais forte também. e mais leve. já aprendi que não se desiste, nunca nunca, das coisas que tornam a vida um lugar mais gostoso de viver.
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