leva-se muito tempo pra ser jovem
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já estava com duas malas pesadas de livros prontas. procurando uma passagem de ônibus pra poder carregar sozinho tanto peso pra são paulo. aí meu pai me liga: te levo, de carro. cinco da manhã de quinta vejo meu pai e minha mãe prontos no carro pra me ajudar nessa jornada. muitas horas depois, chegamos. puseram suas roupas quentinhas mais bonitas e passaram toda a noite de autógrafos a meu lado. ali ouvi tantas histórias e me emocionei tanto. anita, em sua coragem e doçura pra vencer um câncer; fernanda e sua jornada pra achar canetas de caligrafia pelo mundo; renata e sua saga da omelete, pausando o video de o chef e a chata segundo a segundo pra acertar na receita; stefan e sua surpresa pra namorida. tantas outras histórias. tantos, tantos abraços. tantos amigos queridos. dé, bruno, edu, amanda, nina, lu, gustavo, fabi, gabi, denyse, gláucia. amizades que sobrevivem à distância também são feitas de abraços. raffaele e raphael, tão fofos e solícitos em abrir as portas pra que eu fosse até são paulo. no dia seguinte vi meu pai e minha mãe sentados em frente a uma tela do picasso. meu pai passou o braço em torno da minha mãe. precisei registrar. lembrei que picasso disse uma vez que “leva-se muito tempo pra ser jovem”. levei muito tempo pra entender que é com essas histórias que a gente coleciona vivendo que a vida vai ganhando um sentido mais bonito. levo comigo todos os sorrisos e abraços de quinta-feira. é essa a bagagem que, ao contrário das malas de livros, nunca vai pesar em minhas costas.
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