é proibido fumar

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Um dos grandes segredos/ingredientes para uma boa relação amorosa é fazer sacrifícios. Pequenos ou grandes. Mas o importante, na minha opinião, é que eles devem ser feitos por vontade própria – e não porque o parceiro quer, ou pede. Claro que isso não se aplica quando uma das metades do casal tem um hábito que incomoda o outro. Aí é melhor dizer mesmo, em vez de ficar guardando irritação.

Um desses hábitos incômodos mais comuns, claro, é o cigarro. E essa é a premissa de É Proibido Fumar, segundo filme da diretora Anna Muylaert (após o incensado Durval Discos, que não me agrada muito). Após conquistar o vizinho Max (Paulo Miklos), Baby (Glória Pires) precisa lidar com outro desafio: largar o cigarro. Repetindo o mantra “o cigarro parece meu amigo, mas é meu inimigo”, Baby está disposta a fazer o sacrifício em nome da relação.

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Mas essa é apenas a tênue ligação entre o título e a história do filme. A trama não é centrada nas dificuldades de Baby em largar o vício – se fosse, o quão enfadonho seria o filme? É Proibido Fumar é uma obra pequena, modesta (até mesmo na duração: menos de uma hora e meia), mas que no fim trata de temas muito mais amplos, e emocionantes. É sobre a maravilhosa e altruísta atitude de, quando numa relação, saber passar por cima de fatos do parceiro que não são louváveis. Atitudes ruins. Hábitos nocivos, como o cigarro. Mas não apenas isso. É muito mais.

Assim como em Durval Discos, a trama muda radicalmente de rumo no meio da história. E tudo se torna mais amplo, mais profundo. Não dá pra contar mais sem estragar as surpresas. Mas dá pra exaltar a delícia que é Glória Pires, suas brigas com as duas irmãs, a leve paranóia em relação ao ciúme, as divertidas visitas à depiladora. A trilha sonora, cheia de Jorge Ben, também é fantástica. É Proibido Fumar passou quase incólume nos cinemas, mas merece uma chance em DVD. É uma obra humilde mas que tem muito a ensinar sobre como ser feliz.

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É Proibido Fumar, um filme de Anna Muylaert

86 minutos / Brasil / 2009

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  • Vais Leo diz:

    A química entre a Glória Pires e o Paulo Miklos é maravilhosa! Um dos casais mais inusitados e geniais que eu vi no cinema!

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