como comer mundo afora? – parte 1
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Uma nova seção do blog que eu estava doido pra estrear é a Wanderlust. Amo viajar e observar muito o lado gastronômico. Descobrir novas receitas, novos sabores e poder explorar cada cantinho de um lugar que visito, com os olhos sempre arregalados pro mundo. Não será exatamente um guia turístico, mas um pouco das sensações e sabores que senti, vi. Logo trarei aqui meu primeiro destino, mas antes disso, quero começar a tag falando um pouquinho dos costumes à mesa de alguns países. Uma das coisas que gosto é de tentar entender um pouco como é naquele lugar. Lendo um artigo no Restaurant Choice que falava dos costumes de alguns países resolvi ilustrá-los por aqui, adicionando também algumas informações que eu sei sobre os lugares. Se alguém que mora fora quiser ajudar a completar, fique à vontade nos comentários, posso até adicionar coisas novas aos textos. E quem mora em algum país e quer me ajudar a fazer próximos posts com países diferentes me escreva no contato@moldandoafeto.com. Colocarei os créditos sempre de quem me ajudar a escrever aqui e com isso vamos montando de vários países, heim? Começo hoje com França, Portugal e Japão.
Esse pra mim é o mais fácil de falar, pois como morei lá pude observar muita coisa. Sempre que chegar num restaurante, pode pedir água, é de graça. É água da torneira, se você não se importar. Eu adorava ter isso por lá. Lembre-se de pedir carafe d’eau (pronúncia: carrafe dô) se quiser. Pedindo bouteille d’eau (butéie dô) seria água mineral, mas já aviso que não é barato por lá como estamos acostumados aqui. Algo que os franceses comem o tempo todo é pão. Mas “pão francês” não existe por lá, o pão comum deles é a baguette, que por sinal é diferente das que a gente costuma ver por aqui também. Já vi francês comendo até com risoto. Mas nunca parta e recheie como fazemos aqui. O que eles fazem é cortar pedaços, com a mão mesmo, e comer acompanhado do que for. Quer agradar um francês que cozinhou pra você ou mesmo o chef de um restaurante por lá? Raspe todo o seu prato com o pão que estiver na mesa. É sinal pra eles que você gostou mesmo, e também é uma delícia pois os pratos franceses costumam ter molho sempre, de carnes a vegetais. É um hábito que sinto falta aqui, ter um pãozinho sempre na mesa com a comida. Nunca sirva o pão no seu prato, ele pertence à mesa, à todo mundo que estiver sentado ali. Algo que brasileiros sempre estranham são as mesas grudadas umas às outras em restaurantes em Paris (não se aplica pra França inteira): Paris não tem espaço! Eles precisam colocar o máximo de mesas possível no espaço que tem, então é normal isso. Pra se ter uma ideia, Paris tem o mesmo número de habitantes que Belo Horizonte (um pouco mais de 2 milhões) mas tem 1/3 da área daqui. Fora os habitantes, Paris recebe cerca de 30 milhões de turistas por ano – pra você ter uma ideia, o Brasil INTEIRO recebe 6 milhões de turistas por ano (não tô contando com Copa do Mundo!). Então a cidade é apertada mesmo, com aluguéis altos e mesas coladas umas nas outras nos restaurantes. É normal também para os franceses estar com as mãos e braços sempre na mesa, nunca sobre o colo.
Na hora da conta, não é preciso pagar pelo serviço, já está incluso, mas é normal a gente deixar uma moedinha de toda forma quando é bem recebido. Coisa de 1 euro, nada demais. Para os franceses, normalmente quem convida para jantar paga a conta, apesar de que vi muitos dos jovens dividindo sem problemas. Mas é considerado feio dividir. Acho interessante que muitas vezes eles dão como presente de aniversário a amigos convidar pra jantar em algum lugar bacana, geralmente jantares a dois e quem paga é o amigo como presente ao outro que aniversariou (geralmente não é no dia certo do aniversário). Acho bacana, é interessante ver o quanto eles apreciam mesmo a cultura da gastronomia. Adoraria ganhar jantares de aniversário dos meus amigos!
Ah! Na hora de brindar se fala santé (saúde) e não salut como já vi alguns brasileiros fazerem. Salut em francês significa “olá”. Deve-se sempre olhar nos olhos de todos na hora do brinde.
Temos vários hábitos adquiridos de Portugal, mas mesmo assim existem algumas coisas importantes. Nunca peça o sal e pimenta se não estiver na mesa. É considerado ofensa ao cozinheiro! Em Portugal também se paga 10% pelo serviço, como acontece com a gente.
Nunca pergunte se algum lugar “fecha na segunda?”. Eles dirão que não e talvez você vai dar com a porta na cara. Parece piada de português, mas pra eles um lugar não pode fechar se não abrir. Então sempre pergunte: “abre na segunda?”
Morro de vontade de conhecer o Japão, mas enquanto isso vou só me acostumando com algumas maneiras deles. Tem alguns hábitos que a gente já se acostumou indo a restaurante japoneses aqui né? Tipo aquela toalhinha quente antes da refeição a gente já sabe que é pra limpar as mãos.
Nunca cruze os hashis (os palitinhos usados como talheres), nem lamba (desculpa, pensei besteira) nem os coloque na vertical enterrados no arroz. Isso tudo é considerado super rude. Nunca passe comida pra outras pessoas usando os hashis, isso é uma prática usada em funerais. Se você quer oferecer algo do seu prato à sua companhia, deixe que ela mesma pegue no seu prato. Bowl de sopa como missoshiro você bebe direto neles, não precisa de colher. E quanto mais barulho você fizer melhor! Mostra ao cozinheiro que você aprecia o trabalho dele. Incluindo sugar os noodles da sopa, tudo com a boca e fazendo barulho! Só as coisas em pedaços você come com o hashi. Deixar gorjeta é algo que não se deve fazer nunca no Japão. Eles consideram isso uma ofensa. Das graves!
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