carta amarela #16 – cora coração
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Paris, 29 de maio de 2012
Queridos amigos,
Já disse aqui: Eu dedico frases. Letras. Algumas palavras bonitas, assim, sem ter nenhum motivo maior.
Me disseram baixinho ao pé do ouvido: eu nunca te vi assim. Sorri, claro. Envergonhado.
Acho que prefiro não pensar dessa forma. Sei que a memória, por vezes, é bem míope. Mas não aceito desmerecer o meu passado. E, no fundo, não quero admitir que nunca me vi assim.
Enviei semana passada uma série de cartaz amarelas. Pro Brasil, pra Alemanha, aqui na França mesmo. Eu precisava enviar minha letra cursiva por aí. E recebi muito carinho de volta. O sorriso, dessa vez, é especial. Minha vida nunca foi recheada de grandes amores, e sim de algumas grandes ilusões. Mas, mesmo assim, sei que já vivi muito. E quero, avidamente, viver mais.
Não sei se minha história hoje é diferente. Não sei. Não sei se é passageira, se é apenas um abano de entusiasmo. Ou mesmo se é pra vida toda. Sinceramente, não quero arriscar palpites.
Me contento em trombar por aí. Trombar em versos e canções que fazem parte desse novo caminho. E fico feliz a cada longo silêncio. A cada palavra em francês não entendida, seguida de uma gargalhada daquela de fazer os silenciosos franceses corarem. Me contento com os olhos nos olhos. Me contento mais ainda em saber que é algo maior do que eu esperava nesse momento. Abro o meu sorriso a cada palavra nova descoberta. É, tô feliz.
Um grande beijo, nas palavras que recebo todos os dias: gros bisous.
Gui
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