as virgens suicidas

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Lembro-me bem quando assisti ao primeiro filme da Sofia Coppola. Além de todo o sucesso de crítica, fiquei curioso pelo título. Na época, quando saiu para locação, lembro também que loquei escondido da minha mãe (eu era adolescente!) pois sabia que ela não ia deixar eu ver um filme com esse título. Muito mais intrigado fiquei ao final do filme. Nunca mais o revi.

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Muitos anos mais tarde li um livro de Jeffrey Eugenides: A Trama do Casamento, um dos melhores livros que li ano passado. Foi então que no começo desse ano vi que a Companhia das Letras havia lançado uma nova edição do primeiro livro desse autor, até então fora do catálogo. Encantei-me com a capa. E mais ainda com a delicada trama que o autor traça em um pequeno livro.

O livro narra a trajetória dos Lisbon – uma família constituída de pai, mãe e cinco jovens filhas na década de 70 – a partir do suicídio da filha mais nova. Sob o ponto de vista de um grupo de garotos, o livro é tão intrigante quanto o filme. Você nunca sabe bem ao certo o que se passa dentro da casa dos Lisbon. Você nunca sabe o que se passa na cabeça das meninas e muito menos o porque delas fazerem aquilo. E o sentimento é justamente esse por você estar no papel de quem estava de fora, somente assistindo ao que acontecia. E assistiam a tudo com olhos de paixão platônica por aquelas garotas.

Mais do que uma triste história (afinal o próprio título já denuncia a tragédia a seguir), é uma grande narrativa que me fez pensar em liberdade. Encarceradas por uma mãe muito religiosa e rígida, talvez o suicídio foi o único meio que acharam em poder sentir a liberdade.

As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides) Jeffrey Eugenides Companhia das Letras

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  • Tenho a edição antiga desse livro, com umas flores desenhadas na capa. Não sabia que estava fora de catálogo no Brasil!

    O filme é muito fiel ao livro. A única grande diferença na minha opinião é um “detalhe” no final – que para mim funciona bem no livro, mas Sofia Coppola fez bem em deixar de fora do filme.

    Adoro que o autor faz uma lista de todas as músicas que os garotos e as irmãs Lisbon ouvem na sequência do telefonema.

    • gpoulain diz:

      Eu tentei comprar o livro há uns 4 anos e estava esgotado pra todo lado. Escrevi um e-mail a editora e me disseram que estava fora de catálogo. A mesma coisa aconteceu com As Horas. Quis comprá-lo há dois meses, vou acabar comprando o original em inglês.

      Eu preciso rever o filme! Tem mais de dez anos a única vez que o vi e fiquei curioso em saber qual é esse detalhe.

      Também adoro aquela parte! Ele cita bastante músicas e álbuns né? Adoro. Em The Marriage Plot ele faz o mesmo tipo de esquema, mas com livros e autores em vez de músicas.

  • Vais Leo diz:

    Embora já tenha visto o filme sua descrição me despertou total curiosidade pelo livro, ou seja, comprei este livro por causa deste post. 😀

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