as sessões
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Nesta semana saem as indicações para o Oscar 2014. Para quem curte cinema, tão (ou mais) divertido do que o Oscar é ficar acompanhando o auê em torno de quem vai ser indicado, quem tem mais chances. Geralmente essas conversas começam um ano antes (!) das indicações, com o Festival de Sundance, que acontece todo ano em janeiro nos EUA. Vários filmes oscarizados começaram essa trilha de prêmios em Sundance, um ano antes do Oscar – Pequena Miss Sunshine e Preciosa, para ficar em dois títulos recentes, deixaram o festival com clima de “já ganhou!”.
Nem sempre é assim. Quando As Sessões foi exibido no festival, começaram as especulações na internet sobre as chances do filme no Oscar. A comoção era maior em torno do protagonista John Hawkes (que já foi indicado como coadjuvante por Inverno da Alma), e também da já oscarizada Helen Hunt. No fim das contas, os meses se passaram e o auê diminuiu; somente Helen Hunt foi indicada como coadjuvante, mas sem grandes chances de ganhar.
O que prova que as indicações ao Oscar não são um indicador de qualidade! Pois As Sessões é uma raridade. É muito engraçado, sensível, tocante e honesto. Isso com um protagonista que, por causa de uma doença contraída na infância, só consegue se mover do pescoço para cima. Baseado numa história real. Deveria ser um daqueles filmes que força o espectador a chorar. Mas muito pelo contrário. É leve, na verdade.
Apesar da doença, Mark O’Brien frequentou a universidade e tornou-se um poeta. No entanto, ao chegar perto dos 40, um desejo tardio começou a tomar conta dele: Mark queria perder a virgindade. Contando com o apoio de um padre (!) – “Meu pênis fala comigo, Padre”, diz Mark, em um dos inúmeros diálogos inspirados do filme -, Mark acaba conhecendo Cheryl, uma espécie de “terapeuta sexual” que o inicia sexualmente nas sessões do título.
Dentre as inúmeras virtudes de As Sessões, uma das mais refrescantes é não tratar Mark como alguém do qual sentimos pena. Mark é uma figura completa, um ser humano multifacetado, e não apenas um coitado que precisa superar seus limites. O sensacional senso de humor de Mark seria o mesmo caso ele não fosse um inválido; não é um humor baseado na autocomiseração. E a forma como o filme lida com sexo, e sexualidade, é honesta e adulta (e não estou falando apenas na facilidade com que Helen Hunt aparece nua): o desejo é tratado de forma nada rasteira. O resultado é um filme que faz pensar e, de forma inesperada, acaba sendo erótico também. E pode te fazer chorar. Ou seja, é o pacote completo. Uma jóia de filme, muito melhor do que a maioria dos indicados ao Oscar.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=6N7TNfgRRX4]
As Sessões (The Sessions), um filme de Ben Lewin
95 minutos / EUA / 2012
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