and the Oscar goes to…

and the Oscar goes to…

Antes de começar o texto do Adriano gostaria de fazer um parênteses: eu e ele, que é quem escreve há dois anos aqui sobre cinema, somos amigos há muitos anos, e quando morávamos na mesma cidade (até 2011) assistíamos ao Oscar sempre juntos. Era fazer pipoca e pão de queijo, comentar muito tudo o que víamos no tapete vermelho, ficar chateados quando alguém que a gente acreditava ter tido um melhor desempenho não ganhava… E até chorar com os discursos mais emocionados! Por isso quando ele sugeriu escrever esse texto eu adorei e me lembrei de grandes momentos vividos ao lado desse amigo querido. Os textos em preto são todos dele, mas dou meus pitacos em todas as categorias (o que está escrito em verde). Espero que vocês se divirtam tanto quanto a gente se divertiu fazendo esse texto conjunto:
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Pois domingo é dia de Oscar. Pra quem curte e ama cinema como eu, é uma festa que provoca sentimentos contraditórios. Fica cada vez mais óbvio pra mim que os meus filmes favoritos não vão ser reconhecidos (o meu número um de 2014, por exemplo, Sob a Pele? Nem meia indicação), e raras vezes o melhor de cada categoria acaba vencedor – esse ano, por exemplo, sei que não vou ver Marion Cotillard levando a estatueta pela magnífica atuação em Dois Dias, Uma Noite.

Porém, quando não levado tão a sério, o Oscar pode ser muito divertido. Começando pelo tapete vermelho e desfile de vestidos divinos, sem graça ou horrorendos; passando pelo anfitrião, quando bem escolhido (basta lembrar da inesquecível “selfie das selfies” promovida por Ellen DeGeneres ano passado), e, se dermos sorte, alguns discursos hilários e/ou emocionantes.

Pensando nisso tudo, resolvi fazer hoje uma lista “and the Oscar goes to”. Mas não com os indicados deste ano, e sim com categorias inusitadas e relacionadas à festa do Oscar em si. Participe da diversão e deixe as suas escolhas nos comentários!

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Adriano: Estou me restringindo aqui a anos mais recentes, porque alguns clássicos sempre estarão entre as melhores roupas da festa (basta dar um google em “Audrey Hepburn Oscar” ou “Grace Kelly Oscar”, por exemplo). Estes foram os três vestidos que primeiro vieram à minha mente:

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Cate Blanchett, 1999:

Cate estava indicada (pela primeira vez!) por Elizabeth. Desde então, a atriz já papou a estatueta duas vezes e destruiu no tapete vermelho em outras inúmeras ocasiões, mas pra mim ela nunca esteve tão radiante do que em 1999.

Michelle Williams, 2006:

Li em um site de moda que esse vestido foi “ame ou odeie” em 2006. Eu definitivamente entro na categoria do “amo”: talvez menos pelo vestido em si do que pela cor, que não deveria funcionar mas ficou magnífica em Michelle (uma das minhas atrizes favoritas, e que já deveria ter um Oscar no currículo).

Hilary Swank, 2005:

As conversas sobre Hilary Swank geralmente caem em duas vertentes: como ela não tem uma carreira constante, mesmo tendo dois merecidos Oscar; e em como ela não é convencionalmente bonita (nas palavras dos mais cínicos, FEIA). Pouca gente comenta, porém, do corpão que ela tem (uma busca por “Hilary Swank Interview Magazine” é suficiente). E esse vestido de 2005 realça o corpão, além de ser sexy de forma diferente e inusitada. Pra mim, uma das escolhas mais elegantes do tapete vermelho do Oscar.

(Eu não entendo de moda. Minhas escolhas com certeza são mais conservadoras que as escolhas do Guilherme, que acompanha moda muito mais do que eu. Afinal, eu sou do time que acha que mulher no tapete vermelho tem que usar cabelo solto sim, enquanto ele acha isso um absurdo!)

Gui: Eu e Adriano temos gostos similares pra filmes mas normalmente discordamos de quase tudo no tapete vermelho. Então fiquei surpreso que um dos meus preferidos também está na lista dele (o da Michelle Williams)! Sei que minhas outras escolhas serão um pouco controversas, mas aqui vão elas:

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Tilda Swinton, 2008:

Tilda modernerrésima. Foi com esse Lanvin preto – que muita gente torceu a cara – que ela levou seu único Oscar até agora (e única indicação que ela já teve! nos meus sonhos ela já deveria ter no mínimo tantas indicações quanto Meryl Streep). Minimalista, luxuosa, make nada, um bracelete lindo prata no mesmo braço em que a manga é longa. E o vestido ainda ficou mais lindo na hora de levantar seu merecido Oscar. Vráaaa!

Cate Blanchett, 2011:

Esse ano Cate só foi apresentar um prêmio. Me lembro que os apresentadores saíam lá do fundo do palco para vir até a frente apresentar. Cate entrando num palco todo preto com esse Givenchy foi uma das coisas mais lindas que já vi nos Oscars: o vestido é todo rígido em cima com um trabalho belíssimo em rosa e amarelo, enquanto toda a parte de baixo é leve e fluía lindamente enquanto ela caminhava pelo palco. Enquanto eu estava mesmerizado, Adriano comentou do meu lado: “Esse vestido parece os trabalhinhos de primário em que eu fazia bolinhas de papel crepon e pregava pra todo lado”.

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Adriano: Não estou falando apenas de roupas feias, mas sim daquelas que a gente vê na transmissão da TV e fala “OI?”. Algumas são clássicas, como Björk botando ovo no tapete vermelho e Cher mandando um dedo do meio pro conservadorismo da Academia.

Mas a primeira que me vem à mente é essa coisa sem noção usada por Celine Dion no Oscar em 1999. Celine Dion, ousada? Bom, não dá pra negar a ousadia. Mas é tudo tão bisonho, tão absurdo, que dá vontade de dar um beijo na bochecha da canadense e dizer “Celine, sua doida varrida”.

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Gui: Kim Basinger resolveu desenhar seu próprio vestido de princesa (quem nunca?) e o resultado foi esse, no Oscar de 1990:

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Mas ó, antes de ficar apontando o dedo pra qualquer uma dessas mulheres lindas (ou pra qualquer mulher), Catezinha luxo dá a dica importante:

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Adriano: Existem discursos mais emocionantes, existem discursos mais divertidos. Mas pra mim não existe reação mais adorável ao ganhar um Oscar do que Kim Basinger em 1998 (Melhor Atriz Coadjuvante por Los Angeles, Cidade Proibida). Mesmo apontada como a favorita, é nítida a surpresa dela quando seu nome é anunciado. Ela simplesmente não acredita. Kim é uma atriz que nunca foi muito levada a sério, e provavelmente ela mesma sabia disso – talvez por isso ela tenha ficado tão atônita. Quando ela diz “eu sou a prova viva de que sonhos se tornam realidade”, eu simplesmente acredito no que ela diz. Claro que nesse momento já estou rindo e chorando ao mesmo tempo vendo ela, incrédula, levantar os braços comemorando e soltando uma das frases mais engraçadas já ditas por um(a) vencedor(a) do Oscar.

(e ver um emocionadíssimo Alec Baldwin, então marido dela, me faz querer ignorar o fim catastrófico do casamento dos dois)

Gui: Essa sua lembrança aí em cima me fez chorar e rir também. Eu sempre amo rever o discurso da Anna Paquin. Ela era tão novinha quando ganhou por O Piano. É fofo ver uma criança subindo lá e não sabendo muito o que fazer, com olhinhos arregalados e gaguejando até que finalmente o discurso sai. Acho interessante observar a carreira dela até hoje (muitos devem lembrar dela como a Sookie da recém terminada True Blood, ou como a Vampira nos filmes do X-Men). Naquele ano ela ainda concorria com a Holly Hunter, que fez a mãe dela em O Piano, e é lindo ver a alegria da Holly que preferia que sua coadjuvante ganhasse dela (apesar que Holly naquela mesma noite também ganhou seu Oscar – ela estava indicada como melhor atriz e como melhor atriz coadjuvante).

Tenho uma adoração especial pela Marion Cotillard (assim como o Adriano, é também quem eu gostaria que levasse a estatueta de melhor atriz esse ano), e me emocionei também com o quão sem palavras ela ficou no ano em que ganhou. Agradeceu ao diretor, ao estúdio e aos votantes, não sabia mais o que falar, e, entre lágrimas, olhou seu Oscar e disse: “Obrigada à vida, obrigada ao amor! É verdade, existem anjos nessa cidade”.

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Adriano: É um consenso: 90% dos números musicais do Oscar são um porre (vamos combinar que as canções escolhidas geralmente não ajudam em nada). Mas Robin Williams liderando a hilária “Blame Canada” do filme de South Park é um banho de politicamente incorreto em meio à caretice da festa. Lógico que a música não ganhou a estatueta, mas em vários aspectos ganhou sim.

Gui: Meu número musical preferido não foi de uma apresentação de uma das canções indicadas – embora meu lado bicha sempre se lembre de Madonna sensualizando com “Sooner or Later” em 1991, da Beyoncé cantando TODAS as canções indicadas em 2005, de Mariah e Whitney cantando juntas a bela e vencedora “When You Believe” em 1999. Mas sim da abertura do Oscar em 2009, em que Hugh Jackman, apresentador da noite, faz uma brincadeira com a recessão vivida na época, e faz uma abertura “pobrinha” aos moldes das competições musicais escolares famosas nos EUA (alguns meses antes de existir Glee!). É divertido, ele dança e canta muitíssimo bem e me pego sempre com vontade de rever essa abertura tão bacana.

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