a vida do livreiro A. J. Fikry

a vida do livreiro A. J. Fikry

Lembro-me de quando assisti ao documentário “The eye has to travel” sobre a vida de Diana Vreeland. Ele ganhou esse nome justamente por uma frase que ela adorava falar: seus editoriais na revista Vogue eram sempre exuberantes e mostravam o mundo numa época em que não tinhamos a internet nos mostrando tudo nem as facilidades em se viajar dos dias de hoje. Os olhos precisam viajar.

Talvez seja um pouco o que penso dos livros. Nesse caso não seriam os olhos que precisam viajar, e sim nossa mente. Sei que aos poucos estamos perdendo o hábito de ir a livrarias, se interessar por capas e histórias e acabar levando algum livro pra casa. A própria internet nos facilita comprar somente aquilo que nos recomendam, os e-readers facilitam ainda mais a vida…

É um pouco na contramão disso que Gabrielle Zevin escreve o seu leve e sensível romance A vida do livreiro A. J. Fikry. É impossível não se imaginar percorrendo as estantes da Island Books junto à pequena Maya. O livro conta a história do livreiro cujo nome está descrito já no título do livro: proprietário da única livraria de uma pequena ilha, ele vive sua vida entre os livros. Perdeu sua esposa não faz muito tempo e a coisa mais emocionante em sua pacata vida é receber os representantes de editoras em sua livraria pra escolher quais títulos serão vendidos ali. Coisa que ele, ranzinza que só, não se importa muito, pois em sua livraria ele só vende o que ele gostaria de ler. Até que uma noite roubam uma preciosidade sua, e, pouco depois, deixam uma encomenda na livraria que altera muito o rumo de sua vida.

Cada capítulo começa com uma recomendação de livro. Fikry usando suas próprias palavras para descrever livros e contos reais que foram importantes em sua vida. Para ele nenhum homem é uma ilha, mas cada livro, um mundo. Um livro simples, mas com o tipo de delicadeza que eu sempre gosto. Que me fez terminar com os olhos marejadinhos e uma vontade enorme de me adentrar em mais e mais mundos, também conhecidos como livros.

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  • Sandra diz:

    Gui, amo ler e não resisti à sua indicação, comprei o livro no dia seguinte e li, aos poucos, degustando como um doce delicado. Também sinto como o texto que destacou acima, que somos tocados de forma diferente conforme envelhecemos. Obrigada por compartilhar esse livro e tudo o mais que você publica!!

  • Cami Rocha diz:

    Esse livro é tão maravilhoso. Chorei no finalzinho <3

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